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Task - uma minissérie que torna-se memorável

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 22 de out.
  • 3 min de leitura


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Brad Inglesby é o criador de "Mare of Easttown", minissérie da HBO (2021) que apresenta a trajetória da policial Mare, interpretada por Kate Winslet. Envolvida em investigações sobre homicídios e desaparecimentos em sua cidade natal, Mare enfrenta desafios relacionados a traumas pessoais e dores permanentes, resultando em um drama consistente e profundo. Anos depois, Inglesby lança "Task – Unidade Especial", nova produção que acompanha Tom (Mark Ruffalo), policial do FBI afastado por razões pessoais, que é chamado para compor uma força-tarefa dedicada à investigação de um grupo de mascarados. Este grupo invade propriedades de uma gangue já identificada pelas autoridades (Corações Negros), mas uma dessas incursões termina de forma inesperada, exigindo imediata intervenção do FBI. O grupo de mascarados é liderado por Robbie (Tom Pelphrey), pai de dois filhos que reside com sua sobrinha Maeve (Emilia Jones), ele busca uma transformação em sua vida, mesmo recorrendo a práticas ilícitas para atingir esse objetivo.



Robbie (Tom Pelphrey) e seus filhos
Robbie (Tom Pelphrey) e seus filhos

Embora divulgada como uma minissérie de ação, já no primeiro episódio são exploradas as dores, os traumas e as experiências dos protagonistas, que, apesar de se posicionarem em lados opostos, compartilham conflitos existenciais semelhantes. Já no segundo episódio, testemunhamos o trauma pessoal de Tom, e a surpresa diante do sofrimento contínuo dessa família começa a revelar a profundidade da dor que todos carregam. Tanto Sara (Phoebe Fox), a filha mais velha, quanto Emily (Silvia Dionicio), a caçula, vivem constantemente à mercê dessa dor, cada uma enfrentando à sua maneira os desdobramentos dessa tragédia familiar. Quando inicia a força-tarefa, Tom conhece sua equipe composta pela corajosa Lizzie (Alison Oliver), a focada Aleah (Thuso Mbedu) e o enigmático Grasso (Fabien Frankel), juntos, eles passam a investigar Robbie e a perigosa gangue dos Corações Negros, liderada por Jayson (Sam Keeley) e Perry (Jamie McShane), indivíduos violentos que farão qualquer coisa para manter seu poder e respeito.



Maeve (Emilia Jones)
Maeve (Emilia Jones)

O que sempre me fascina nas minisséries de Brad é sua habilidade em trabalhar uma clássica dualidade (mocinho x vilão), mas que vai muito além, são personagens complexos, peculiares e extremamente reais, você se enxerga neles, em suas decisões. O título do sexto episódio sugere que entre os conceitos de certo e errado existe um espaço intermediário, simbolizado por um "rio", e em Task esse rio pode ser tanta coisa. Acredito sinceramente que Robbie representa uma espécie de luz para Tom; é ao observar Robbie e seu grupo de perto e ao ser impactado por suas escolhas que Tom consegue resgatar parte de sua fé. Por isso, ele se permite tentar novamente, mesmo que ainda esteja incerto sobre o resultado, mostrando-se disposto a seguir em frente.


Ao assistir o último episódio você sente uma melancolia, não há finais 100% felizes ou tristes, essas pessoas continuam buscando, seja paz, felicidade, propósito, perdão, a diferença é que o que doía de forma mais latente agora está menor, a escuridão constante agora está menos densa, e eles escolheram continuar. A HBO acertou na sagacidade de Brad, aliada á atuações memoráveis, destacando Mark Ruffalo que tem uma cena no episódio final que preenche a tela, Tom Pelphrey é intensidade e calmaria, mas todo o elenco está primoroso, mas quero destacar Emília Jones, ela tem 23 anos, mas um domínio em cena, é uma potência que faz você perder o folego. Task, é uma daquelas produções que ao serem revisitadas vão te emocionar como se fosse a primeira vez, é uma narrativa bem construída que invariavelmente torna-se memorável.



Nota: Excelente, instigante e imperdível

Onde Assistir: HBO

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