Inside Man - Um retrato verossímil da humanidade.
- Janaina Pereira
- 12 de fev. de 2023
- 2 min de leitura

Inside Man traz uma reflexão inerentemente humana, plausível, e até chocante, e mesmo quando ela passa um pouco do tom, ela ainda consegue juntar as peças, dar sentido e nos deleitar com grandes interpretações, e uma narrativa eletrizante. Essa é uma minissérie do Steven Moffat, roteirista de Doctor Who e Sherlock, e neste projeto ele tem como base crucial da história nos convencer que qualquer pessoa pode ser uma assassina, basta ter um bom motivo e um péssimo dia.
O primeiro episódio começa bem chamativo quando conhecemos Beth Davenport (Lydia West), em um trem na Inglaterra quando ela é vítima de um abuso, e uma das pessoas que a ajuda neste momento é Janice Fife (Dolly Wells), elas trocam telefones e Beth insiste em marcar um café posteriormente. Janice dá aulas particulares o adolescente Ben (Louis Oliver), filho do vigário Harry (David Tennant) e Mary (Lyndsey Marshal).

Já nos Estados Unidos conhecemos Jefferson Grieff (Stanley Tucci), um prisioneiro no corredor da morte, mas que aceita resolver casos bem peculiares enquanto sua execução não é marcada, e por essa sua “fama” ele acaba recebendo a visita de Beth, e essa é a primeira conexão destas 4 histórias que mesmo sem terem uma aparente conexão, logo estão ligadas de um jeito alucinante, confesso que quando li a sinopse da Netflix eu não consegui entender do que se tratava a narrativa, mas logo no primeiro episódio tudo é tão bem escrito, desenvolvido, atuado que vamos para os demais episódios quase sem nem sentir. E mesmo com o pano central seja o assassinato, e tenhamos Grieff como um dos protagonistas, o crime dele não é o importante aqui, a narrativa irá elevar a discussão, será que é fácil cometer um assassinato?
Até que ponto você está disposto a proteger quem se ama?
Será que a fé pode ser uma força apaziguadora em momentos de desesperança?

A minissérie possui apenas 4 episódios, e você consegue finalizar no mesmo dia sem nem sentir, David Tennant está impressionante, a atuação como “vigário sexy” (quem assistiu vai entender), está impecável, ele conseguiu dar o peso exato para Harry, e chega no final com um brilhantismo absoluto. Stanley Tucci tem uma interpretação enxuta, Grieff é um assassino confesso, mas ele mantém sua inteligência fora da curva dominar a cena, e juntamente com seu vizinho de cela Dillon (Atkins Estimond), eles fazem uma dupla consistente, sagaz, e em muitos momentos até hilariante.
Inside Man é feita para o questionamento, em todas as ações dos personagens você se pergunta se faria aquilo no seu lugar, o último episódio é uma profusão de atos desconcertantes que podem não parecer tão críveis, mas que são feitos desta maneira para tirar o espectador da zona de conforto.
Nota: Excelente, complexa e extremamente crível
Onde Assistir: Netflix
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