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The White Lotus 2° temp. - A audácia maravilhosa de Mike White.

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 8 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

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The White Lotus pode ser considerada uma série que aborda o comportamento de ricos, fazendo assim uma crítica social com sátira, a primeira temporada é primorosa, mas Mike White conseguiu aperfeiçoar os temas abordados nesta segunda temporada, e nos entrega uma obra completa, narrativa consistente, elenco impecável, além de uma locação literalmente dos deuses.


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Sicília - Itália

Desta vez iremos acompanhar um grupo chegando ao resort White Lotus Sicília, e apenas dois personagens já estavam na primeira temporada, temos o retorno da sempre incrível Tanya (Jennifer Coolidge), uma super rica extremamente caricata, mas assim como na primeira temporada ela não faz uma atuação blasé, Tanya sempre tem muito a nos dizer, e já posso adiantar que aqui sua personagem tem uma grande importância para a narrativa, e junto com ela temos o retorno de Greg (Jon Gries), seu companheiro que já tinha aparecido na outra temporada.


O restante do elenco é inédito, mas devo ressaltar que esse grupo é muito, muito mais alinhado, e nos entrega atuações deslumbrantes, surpreendentes, há Portia (Haley Lu Richardson) assistente de Tanya que vive uma relação de trabalho bem abusiva, mas que na minha opinião foi a primeira personagem que tive uma empatia por tudo que estava passando, mas com o desenrolar da sua trajetória ela fez umas escolhas bem questionáveis, usando como norte as aparências em todos os sentidos.


Há os casais de amigos Harper (Aubrey Plaza) e Ethan (Will Sharper), e Daphne (Meghann Fahy) e Cameron (Theo James), Ethan ficou rico há pouco tempo, e por isso sua esposa questiona muito as oportunidades que são dadas a quem tem um poder aquisitivo, e há uma desconfiança palpável sobre Cameron que tem todos os atributos do homem rico, bonito, sexy, mas que está ali sempre demonstrando uma paixão desmedida por sua esposa Daphne, mas como tudo que envolve essas pessoas começamos a desconfiar de todo esse amor. Harper claramente não gosto de Daphne e Cameron, mas fica ali mantendo uma convivência forçada, que vai culminar em muitos acontecimentos para todos. Prestem atenção em Harper nos três últimos episódios, ela para mim foi um mega surpresa, alguns diálogos com ela são doídos por terem muita sinceridade sobre o que é estar naquela vida, e as escolhas que ela fez para viver bem apesar de tudo.

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Aubrey Plaza (Harper)


No trio familiar formado pelo avô Bert (F. Murray Abraham), o filho Dominic (Michael Imperioli), e o neto Albie (Adam DiMarco), este último é um rapaz tímido, beirando a ingenuidade, entretanto seu desenvolvimento é bem interessante, e em alguns momentos até frustrante, Dominic está numa crise conjugal devido as traições, mas logo no início vemos que ele não deixou de se comportar assim mesmo querendo se acertar com sua esposa, e seu pai Bertie é mais um poço de machismo. Lucia e Mia são da Sicília e acompanhantes, num primeiro momento Lucia está lá para ficar com Dominic, mas conforme a trama vai caminhando vemos ela e Lucia se relacionando com outros personagens, questionando aquilo que fazem, e na minha opinião Lucia é uma das melhores personagens desta temporada, como ela interage com quase todos os personagens centrais conseguimos analisar toda a sua jornada, e a atriz é simplesmente incrível.


De quem trabalha no resort destaco a gerente Valentina (Sabrina Impacciatore) que tem uma postura sempre rígida, um tanto intransigente, bem diferente do outro gerente da primeira temporada que tinha um ar muito bonachão, mas que assim como seus hóspedes têm segredos sobre si que tenta a todo custo manter assim. A narrativa desta temporada é algo impressionante, Mike White nos surpreendeu em cada episódio, as metáforas com a Sicilia são impecáveis, no resort há diversas esculturas, quadros e quando elas aparecem sempre tem ligação com algum acontecimento dos personagens, eu gosto muito quando uma dessas esculturas quebram numa cena de Ethan e Harper, e para mim é uma metáfora claro que algo entre eles também foi quebrado.


As imagens do mar siciliano é outro acerto, vemos as ondas se formando com mais violência quando as circunstâncias da série também ficam mais elevadas. A season finale é imaculada, tudo vai se encaixando não da forma que esperamos, queremos, mas sim muito verdadeira com o que são aquelas pessoas, e o que elas são capazes de fazer, é mais uma vez uma temporada inteligente, mas Mike White elevou o nível em todos os sentidos.



Nota: Excelente, perspicaz, audaciosa e inteligente

Onde assistir: HBOMax

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