Babygirl - o prazer feminino segue escondido, marginalizado e irrelevante
- Janaina Pereira
- 9 de jun.
- 2 min de leitura

Falar de prazer feminino ainda causa reboliços em qualquer esfera, mulheres falando sobre seus desejos ainda são estereotipadas, agora imagina assistir uma mulher que encontra seu prazer na submissão, e que está num lugar de alta liderança e controle?
E essa mulher está representada pela maravilhosa Nicole Kidman (Romy) que é uma CEO e fundadora de uma empresa em ascensão, casada a 19 anos com Jacob (Antonio Banderas), mãe de 2 meninas, e parece que vive uma vida muito satisfatória, mas na primeira cena do filme já somos surpreendidos quando depois de transar com seu marido, Romy precisa assistir a cenas pornôs para alcançar seu prazer.
Neste dia ela está indo para o escritório quando avista Samuel (Harris Dickinson) controlando um cachorro que estava avançando nas pessoas, e esse controle sobre o animal chama a atenção de Romy. Depois ela descobre que Samuel está começando como estagiário na sua empresa, e ela será sua mentora, a partir deste momento ela inicia um caso extraconjugal com esse jovem, e que vai evidenciar como essa mulher sente o prazer, o que ela procura, tudo que ficou escondido, como se fosse quase criminoso agora ela pode realizar, entretanto isso implicará em outras relações na sua vida.

A diretora e roteirista Halina Reijn acerta e muito quando mostra as cenas eróticas, mas nada é explícito, sabemos o que está ali, mas o close é nos movimentos, nos rostos, o olhar, e foi extremamente corajosa em mostrar a mulher poderosa querendo a submissão e dominação para seu prazer. Tem 2 cenas que me chamaram muito atenção uma é quando Romy tenta dizer a Jacob que gostaria de assistir algo erótico, mas faz isso escondendo seu rosto, ela divide a vida com esse homem tem quase 2 décadas e mesmo assim ainda se envergonha de falar aquilo que lhe excita? O outro momento é quando ela tenta beijar Samuel, e ele se esquiva, e essa recusa é a definição de que ele sabe exatamente o que ela busca, não há necessidade de fingimento, tudo está muito bem definido entre eles.
O desfecho do filme é aberto para quem assiste, eu achei o final triste, me deu a nítida sensação de que ela se andou em círculos e voltou ao início, mas Babygirl é um filme didático para os homens, e revelador para as mulheres.
Nota: Bom, ousado e melancólico.
Onde Assistir: Prime Video






Comentários