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Carta Aberta á Carlos Ruiz Zafón

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 23 de jan. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de jan. de 2023



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Faz alguns meses que li seu último livro, suas últimas palavras enfim chegaram até mim, e é muito louco como até hoje me pego pensando que infelizmente você e seu indescritível talento se foram deste mundo. Você é o meu autor favorito por inúmeros motivos que muitos sabem, seus livros realmente são incríveis, suas histórias cativantes, seus personagens icônicos, sua inteligência ímpar, mas esses dias estava refletindo sobre a sensação que tive na primeira leitura de A Sombra do Vento, e de repente tive o start de que ali naquelas páginas, eu encontrei pertencimento e acolhimento, foi literalmente a primeira vez que uma história refletiu aquilo que eu acreditava.


Há 19 anos eu pegava o livro com a capa em preto e branco que tinha um senhor e uma criança caminhando na névoa, e naquelas páginas eu encontrei muito de mim, a paixão desmedida pelos livros, o valor da amizade, a relação pai/filho de afeto genuíno, um censo de justiça, o ato de se colocar no lugar do outro. O personagem Daniel da Sombra cresceu naquela história, sua vida foi acontecendo nos demais livros da tetralogia, e assim como ele eu também percorri esse caminho árduo da vida, e todos os seus livros estiveram aqui, foram meus companheiros não apenas de leitura, mas de aconchego em muitos momentos.


Em 2018 estive na sua Barcelona, percorri os seus caminhos, e dos seus personagens, entendi a magia da cidade de vapor, me encantei mais uma vez com seu talento, e pude me sentir mais perto de tudo que você fez ao longo de suas histórias, vim embora achando que logo estaríamos conhecendo suas novas histórias, que novas portas iriam se abrir para seus leitores, mas não foi assim, um dia acordei e um amigo tinha mandado mensagem avisando da sua partida, lembro que fui nas suas redes sociais achando que poderia ser um engano, mas não era, você tinha ido, foi descansar depois de uma longa batalha. E hoje me pego olhando seus livros na estante, revejo as fotos de Barcelona, vejo, leio muito sobre você e sua obra, e de alguma forma isso te deixa vivo para nós seus leitores, você já tinha escrito que em cada livro há um pouco daquele que o escreveu, e você continua aqui Carlos, ensinando, emocionando, abrindo portas, janelas, almas...


Obrigada por sua vida e sua obra Carlos Ruiz Zafón.

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