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Entre Estranhos (The Crowded Room) - A grande atuação de Tom Holland

  • Foto do escritor: Janaina Pereira
    Janaina Pereira
  • 1 de ago. de 2023
  • 4 min de leitura

É meus amigos, quem me acompanha por aqui nos últimos tempos sabe que vinha ressaltando a série Entre Estranhos da Apple TV+, e como o Tom Holland interpretando Dany Sullivan estava incrível, e com a finalização da série na última sexta (28.07), eu posso afirmar que vi o grande ato de Tom como ator, uma direção inteligente e sucinta, Amanda Seyfried gloriosa, e uma história densa, violenta em vários níveis, mas que mantém a emoção.Entre Estranhos é uma produção baseada na história real de Billy Milligan, que foi acusado de cometer assassinatos, mas que foi inocentado dos seus crimes, já que foi diagnosticado com pelo menos 10 personalidades distintas, de um total de mais de 20 que se manifestaram ao longo da vida.


Eu conhecia a história real bem superficialmente, tinha visto algumas cenas do documentário As 24 personalidades de Billy Milligan, que está disponível na Netflix, e me recordo que quando vi o trailer da série eu fiz uma busca sobre o caso. Portanto desde o 1° episódio eu já sabia do que se tratava, mas mesmo assim as atuações estavam tão convincentes que demorei para encaixar algumas coisas bem óbvias, o roteiro não seguiu os fatos reais, fez uma adaptação que num primeiro momento parece mais leve, por exemplo, Danny (Tom Holland) é preso por um tiroteio no Rockfeller Center, mas os policias acham que na verdade ele pode ser um assassino em série, já que algumas pessoas que ele diz que estavam com ele, simplesmente não são encontradas, e para tentar descobrir se isso é ou não verdade, a “professora” Rya (Amanda Seyfried), é chamada para conversar e traçar um perfil de Danny, e são com essas sessões que vamos adentrando mais a fundo na verdadeira história.



Candy (Emmy Rossum)

Danny possui transtorno de personalidade múltipla, e o mais perspicaz é que cada alter ego tem uma função muito bem definida na vida de Danny, e quando chegamos a entender o porquê esse transtorno teve início, é que temos o grande gatilho da série, essa violência sofrida por Danny quebrou sua alma, e “os outros”, foi o que possibilitou continuar.

Depois do 5° episódio eu achava que seria possível prever o desenrolar de toda a trama, mas a cada episódio eles conseguiram me surpreender, e não é porque tem aquelas grandes reviravoltas, mas os pequenos detalhes vão mexendo com a sua emoção. Uma personagem que me surpreendeu depois da metade da série é Candy (Emmy Rossum), ela interpreta a mãe de Danny, é uma mulher que ficou grávida muito jovem, e acompanhamos uma parte da sua vida que ela está sozinha cuidando de tudo, nesse momento há cenas belíssimas dela com o filho ainda pequeno, é uma troca tão genuína, você cria uma empatia por essa mulher e toda a sua trajetória, e mesmo quando nos episódios posteriores ela tem uma atitude muito, muito questionável, mesmo sentindo alguma raiva, a trama evidencia que ela também é uma vítima de tudo isso, infelizmente temos muitos Candys por aí.



Amanda Seyfried (Rya) e Tom Holland (Danny)

Amanda Seyfried “tirou leite de pedra”, como dizem por aí, depois que Rya começa a sessões com Danny, temos inúmeras cenas que ela apenas fica sentada, questionando, a câmera muito focada no rosto, mas mesmo assim a mulher trouxe emoção e verdade para sua personagem, as minhas primeiras lágrimas cairiam quando ela entende a gravidade da violência sofrida por Danny, e ao chegar em casa busca colo da mãe e do filho, como se para proteger quem ama, mas ao mesmo tempo agradecer que tem esses colos pra voltar, é uma delicadeza. E claro temos que falar do Tom Holland, desde o início eu achei que a crítica especializada, e algumas pessoas estavam subestimando o talento dele, nós estamos acostumados, até condicionados de certa forma a vê-lo fazer um tipo de personagem, ele dá um show de Homem Aranha, mas esperar dele apenas esse nível de interpretação é ignorância. Tom é um grande ator, e ao aceitar interpretar um personagem tão complexo, e também trabalhar na produção executiva, ele foi muito, muito corajoso, Danny possui muitas camadas, exigiu dele ir além, e posso garantir que ele foi e arrasou.



Danny (Tom Holland)

No 8° episodio a internet ovacionou uma cena sexy que ele fez, e isso parece que escancarou o talento dele para fazer mais. Só que no último episódio tivemos a grande reviravolta que poderia ser feita por Tom de uma forma muito escancarada, mas ele, a direção, roteiro optaram por algo singelo, pode-se dizer até simples, mas que dá a devida importância para a história em si, e a reação de quem assiste é a emoção genuína por Danny, queríamos ser um colo para ele naquele momento. Chorei copiosamente nos últimos 20 minutos de série, queria de certa forma colocar para fora tudo que tinha me angustiado ao longo dos episódios.


Akiva Goldsman o criador da série disse ter Tom como protagonista sempre foi uma certeza, e nisso ele acertou demais, Danny precisava do tom certo, justo, possível mediante todo o horror para compreendermos sua jornada, e Tom deu isso á ele, foi respeitoso ver como ele encerrou essa história. Entre Estranhos é uma serie de excelência, traz alguns gatilhos intensos, mas eu recomendo muito por causa das atuações, é algo que dá orgulho de ver, e pessoalmente foi catártico terminar, a sensação que tive foi a mesma que Rya passa estar sentindo no final, foi dolorido o caminho, mas agora tudo vai e será melhor.



Nota: Excelente, um show de atuações

Onde Assistir: Apple TV+






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